Quando os herdeiros de uma empresa entram em conflito, o faturamento do negócio tende a cair – resolvido o problema, volta a subir. Com este alerta o doutor em administração na área de sucessão, Armando Lourenzo, recomendou a profissionalização da gestão das empresas familiares. “Muitas querem isto, mas não sabem como fazer. O processo é lento, complicado. Não é fácil tirar parente. O problema não é entrar, é sair”.
Lourenzo ministrou a palestra em um evento sobre sucessão no comando de empresas familiares realizado pelo Sebrae em Minas Gerais. O encontro reuniu empresários de vários setores para troca de experiências sobre o tema.
Segundo o professor, as empresas familiares podem, sim, ser longevas. Na França, por exemplo, um vinhedo, o Chateau de Goulaine, foi fundado no ano 1000. A construtora japonesa Kongo Gumi foi fundada em 578, e a Houshi Ryokan, do setor de hospedagem, foi criada em 718. Nos Estados Unidos, dos 21 milhões de empresas, 18 milhões são familiares. No Brasil, 90% das empresas formalizadas são de propriedade familiar.
Por outro lado, mesmo representando uma locomotiva na economia mundial, elas carregam uma estatística preocupante: 65% desaparecem do mercado em função das disputas internas, somente 30% chegam à segunda geração e apenas 15% à terceira. No Brasil, os percentuais são semelhantes e, como em todo lugar, o momento crítico é sempre o da sucessão que, para ter sucesso, precisa de planejamento e profissionalização.
Outra palestrante do evento, a especialista Geralda Vânia Nogueira Fonte Boa Carneiro, professora da Fundação Dom Cabral, ressalva que “conflitos fazem parte da rotina das empresas, da vida de cada um de nós”. Para ela a solução é a conciliação, não só nos negócios, mas familiar. “É preciso que o sócio, ou o filho, ou o pai, chame o seu oponente "para dançar". E é bom que consiga se adaptar a qualquer ritmo”
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