A produção industrial caiu 0,2% em novembro contra outubro, na série com ajuste sazonal, após dez meses de crescimento consecutivo em 2009, informou ontem o IBGE. Mas, segundo analistas, este resultado não deve mudar a trajetória de crescimento da indústria para 2010. Ainda que a queda tenha surpreendido - o mercado projetava alta de até 1,2% - economistas não veem mudança na tendência de recuperação da indústria, nem nas projeções positivas para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2010.
Na comparação com novembro de 2008, a produção industrial cresceu 5,1%, interrompendo uma sequência de 12 meses de resultados negativos. Naquele mês, o Brasil já vivia os efeitos da crise financeira internacional, agravada em setembro.
Ainda que a indústria tenha registrado queda na produção em novembro, quando comparada a outubro, o comportamento dos diferentes setores foi considerado positivo. O segmento de bens de capital - que fabrica máquinas e equipamentos, usados para ampliar a produção e, por isso, serve como um indicador dos investimentos feitos pela economia brasileira - cresceu 6,1% em novembro contra o mês anterior. Foi a terceira forte alta seguida deste setor, que já havia avançado 5,1% em setembro e 4,8% em outubro.
O destaque negativo ficou por conta da queda de 4,8% nos bens de consumo duráveis, puxada pela redução na produção de veículos automotores, em 2,2%. Até então, o setor de automóveis vinha crescendo com força graças à desoneração de IPI. O economista Pedro Vartanian, da Trevisan Escola de Negócios, não descarta a possibilidade de os impactos dos incentivos fiscais já terem chegado ao fim.
- A queda na produção em novembro ante outubro é explicada pelo desempenho da categoria de bens duráveis, sobretudo automóveis - avalia André Macedo, da coordenação de indústria do IBGE.
A LCA Consultores prevê que, em dezembro, a indústria tenha crescido 1% frente a novembro. Com isso, a produção industrial deve fechar 2009 em queda de 7,2%. Para 2010, a projeção da LCA é uma alta de 10,5% na produção.
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Atualizado em: 15/11/2024 12:56 |
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