A redução do IPI, o Imposto sobre Produto Industrializado, para os veículos oficialmente terminaria no final deste mês. Mas o governo já decidiu pela continuação da redução do imposto, ainda que sob forma diferente da atual, como apurou o repórter José Roberto Burnier.
Sem notícias oficiais do governo, a dúvida continua. Escolher a cor, a versão, o tipo de motor e os itens opcionais. Tudo isso que faz parte do prazer de comprar um carro zero, agora, a menos de duas semanas do fim do prazo de redução do IPI, está sendo deixado de lado.
A vendedora Míriam Andrade decidiu não esperar a definição. Ela foi comprar o carro dos sonhos. Mas levou o que a concessionária tem.
Pergunta: Se pudesse escolher, escolheria que cor?
Míriam Andrade: “O preto”.
Pergunta: Mas não tem preto leva prata?
Míriam Andrade: “Leva o prata”.
Pergunta: Não vai arriscar esperar?
Míriam Andrade: “Não pode mesmo perder essa oportunidade, jamais”.
Com o agravamento da crise econômica, a venda de automóveis despencou 26% entre outubro e novembro do ano passado.
O governo decidiu reduzir a cobrança do IPI sobre os veículos a partir de dezembro e os carros ficaram mais baratos. Resultado: as vendas se recuperaram e chegaram a registrar, em 2009, o melhor março da história. Nos últimos dois meses, a média continuou bem acima da do final do ano passado.
O Ministério da Fazenda está terminando os estudos sobre o que fazer com o IPI a partir de julho. Mas, segundo uma fonte da equipe econômica, uma decisão já está tomada. A redução do imposto para veículos não vai acabar de uma hora pra outra. A ideia é voltar a cobrar as alíquotas normais aos poucos, para diminuir um possível impacto negativo nas vendas.
“O nosso desejo é que a redução do IPI seja prorrogado. A forma como isso vai acontecer é uma decisão do governo que não nos compete nesse momento manifestar opinião”, diz o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze.
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Atualizado em: 15/11/2024 12:56 |
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